quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Professora amazonense transforma tese de mestrado em um livro

 dez. 16, 2015 Cultura, Destaques

Por Luiz Otávio

Autora compartilha em linguagem simples sua dissertação de mestrado – foto: divulgação

Autora compartilha em linguagem simples sua dissertação de mestrado – foto: divulgação

A professora e dançarina Lia Sampaio transformou a sua tese de mestrado em um livro que evita a linguagem técnica tão comum em trabalhos acadêmicos. A intenção é alcançar não apenas aqueles que se dedicam profissionalmente à área da dança, mas apresentar também ao público geral a sua experiência, de 2000 a 2008, no Projeto de Educação à Distância (Proformar).

O livro 'A dança na escuta do corpo do ribeirinho', publicado pela Editora Universitária por meio do selo UEA Edições, será lançado na próxima sexta-feira (18), às 18h, no Instituto Amazônia (rua Bernardo Ramos, 145, Centro). A abertura será feita pelo professor Carlos Eduardo, um dos coordenadores do Proformar e, na ocasião, haverá performances de dança.

Desde que lançou, no ano passado, o livro "O delicioso ofício de ensinar a dançar" – sobre a sua metodologia de ensino, no qual já comentava a sua experiência no Proformar –, Lia Sampaio já planejava compartilhar com os leitores numa obra à parte esse capítulo da sua vida profissional. A dissertação de mestrado, intitulada "A realidade da dança no Amazonas e o Proformar valorizando os profissionais da educação na Amazônia", foi produzida ao longo de quase 3 anos.

"O meu trabalho enfocou o projeto que levou educação e arte para os 62 municípios do interior. Eu quis mostrar essa parte científica, mas precisava 'afunilar' para o trabalho realizado especificamente com a dança", comenta a professora. "Nesse livro eu incluí o trabalho de valorização desses profissionais ribeirinhos, que trabalham em escolas à margem dos rios, e analisei como eles recebem as atividades que envolvem dança e corpo".

Vivência

Lia explica que o título do livro se refere às experiências corporais. "O corpo escuta tudo o que vê e sente. Somos esse acúmulo de sons que vivenciamos em tudo. Ao trabalhar a consciência corporal, você procura fazer o corpo do outro acordar", analisa a autora. "Consciência corporal todo mundo tem e ela é evidenciada a partir de estímulos e incentivos".

A professora diz ainda que, na área da dança, é possível "se fartar" desses elementos observados e sentidos. "E, no caso dos ribeirinhos, busquei elementos básicos como mexer a farinha, manusear o tipiti ou buscar água, que você pode levar para questões estéticas".

Ela destaca também as particularidades de cada município ao entrar em contato com as atividades do Proformar. "Esse trabalho não poderia ser igual em todos os municípios amazonenses. Um tinha mais familiaridade com a capoeira, outro com a dança de rua. O resultado era diferente de um para o outro".

Metodologia

Lia Sampaio é formada em Música e Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia e mora em Manaus há 30 anos. Sua metodologia de ensino une música e movimento e foi aplicada em projetos como a Aldeia SOS, no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro e no Conservatório de Música Joaquim Franco, além de ser tema do livro "O delicioso ofício de ensinar a dançar" (Editora Valer).

Ela também foi diretora e coreógrafa do Núcleo Univer-sitário de Dança Contemporânea (Nudac), o corpo de dança contemporânea da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e participou da criação do curso de Dança da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) – instituição onde é coordenadora da pós-graduação em... ( continua em http://www.emtempo.com.br/professora-amazonense-transforma-tese-de-mestrado-em-um-livro/ )

  • DOWNLOAD PARCIAL. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2011. 144 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LINCK, Ricardo Ramos. LORENZI, Fabiana. Clusterização: utilizando Inteligência Artificial para agrupar pessoas. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LARCEN, César Gonçalves. Pedagogias Culturais: dos estudos de mídia tradicionais ao estudo do ciberespaço em investigações no âmbito dos Estudos Culturais e da Educação. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120 p.
  • CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
    http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437


A depressão na pós-graduação é um tabu, diz pesquisador da UFRN

Marcelle Souza
Do UOL, em São Paulo

16/12/201505h00


 O pesquisador Sérgio Arthuro leu um artigo na revista Nature e decidiu escrever um texto sobre depressão na pós-graduação. Em pouco tempo, a publicação ganhou repercussão nas redes sociais – até o último dia 10 já tinha quase 40 mil compartilhamentos no Facebook. E foi aí que ele percebeu a dimensão do problema. "Esse tema é um tabu!", disse em entrevista ao UOL.

Arthuro é médico, neurocientista e faz pós-doutorado no Instituto do Cérebro e no Laboratório do Sono do Hospital Universitário Onofre Lopes, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

"Apenas escrevi um texto baseado em um artigo, mas acredito que teve uma enorme repercussão porque muita gente passou por esse problema e, apesar disso, ninguém fala sobre o tema. Infelizmente aqui no Brasil não se estuda, pesquisa ou discute isso", disse. Arturo diz que não é especialista no tema e resolveu escrever, sem pretensão científica, inspirado nos anos de experiência no meio acadêmico.

De acordo com a pesquisa "Under a cloud: Depression is rife among graduate students and postdocs. Universities are working to get them the help they need", publicada na Revista Nature em 2012, os principais sinais de depressão são: inabilidade de assistir às aulas ou de fazer pesquisa, dificuldade de concentração, diminuição da motivação, aumento da irritabilidade, mudança no apetite, dificuldades de interação social e problemas no sono.

A pesquisa ainda aponta que não há números precisos sobre a quantidade de estudantes de pós-graduação com depressão, especialmente porque a maior parte não procura ajuda. Estudos indicam que as taxas de depressão dobraram entre estudantes da graduação nos Estados Unidos nos últimos 15 anos e a incidência de comportamento suicidas triplicou no período. Na Inglaterra, estudantes criaram a página Students Against Depression (Estudantes contra a Depressão), que reúne histórias de quem já passou pelo problema e dicas de como procurar tratamento.

"Acredito que os estudantes são atingidos, porque eles são o elo mais frágil da corrente. Se um orientador quiser parar de orientar um estudante, não vai acontecer nada com ele, que vai continuar ganhando o mesmo salário e tendo o emprego garantido. Já para o estudante, perder um mestrado ou um doutorado pode ser uma perda para o resto da vida profissional", diz.

O pesquisador afirma que o orientador tem um papel fundamental para ajudar ou piorar a situação dos pós-graduandos com problemas. "Acho que o orientador deveria deixar muito claro, no começo do trabalho (mestrado e doutorado), o que ele quer do estudante e o que ele pode dar para o estudante, e os dois têm que entrar em um acordo. O problema é que a relação é muito assimétrica".

Segundo Arthuro, são as três principais causas para a ocorrência de depressão na pós-graduação:

  1. O próprio nome "defesa" no caso do doutorado: "Tem coisa mais agressiva que isso? Defesa pressupõe ataque, é isso mesmo que queremos? Algumas pessoas vão dizer que os ataques são às ideias e não às pessoas. Acho que isso acontece apenas no mundo ideal, porque na prática o limite entre as ideias e as pessoas que tiveram as ideias é muito tênue. Mas pior é nos países de língua espanhola, pois lá a banca é chamada de 'tribunal'".
  2. Avaliações pouco frequentes: "Em vários casos, principalmente no começo do projeto, as avaliações são pouco frequentes, o que faz com que o desespero fique todo para o final. No meu caso, os últimos meses antes da 'defesa' foram os piores da minha vida, pois tive bastante insônia, vontade de desistir de tudo etc. Pior também foi ouvir das pessoas que poderiam me ajudar que aquilo era 'normal' e que 'fazia parte do processo'… Isso não aconteceu apenas comigo, mas com vários colegas de pós-graduação. Acho que para fazer ciência bem feita, como todo trabalho, tem que ser prazeroso, e acredito que avaliações mais frequentes podem evitar o estresse ao final do trabalho."
  3. Prazos pouco flexíveis: "Cada vez mais me é claro que a ciência não é linear, e previsões geralmente são equivocadas. Dessa forma, acredito que não deveria haver nem mestrado nem doutorado com prazo fixo. O pós-graduando deveria ter bolsa por 5 anos para desenvolver sua pesquisa, e a cada ano elaboraria um relatório sobre suas atividades e resultados. Uma comissão deveria julgar esse relatório para ver se o estudante merece ... ( continua em http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/12/16/a-depressao-na-pos-graduacao-e-um-tabu-diz-pesquisador-da-ufrn.htm )
  • DOWNLOAD PARCIAL. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2011. 144 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LINCK, Ricardo Ramos. LORENZI, Fabiana. Clusterização: utilizando Inteligência Artificial para agrupar pessoas. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LARCEN, César Gonçalves. Pedagogias Culturais: dos estudos de mídia tradicionais ao estudo do ciberespaço em investigações no âmbito dos Estudos Culturais e da Educação. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120 p.
  • CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
    http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Vale a pena estudar?




Há dias encontrei uma pessoa que me disse que a tese de doutoramento não lhe tinha trazido nada de muito novo na sua vida. Não tinha sido aumentada, não tinha tido uma proposta fabulosa de trabalho, não tinha mudado de vida. Por causa desta aparente falta de mudança, havia nela um tom de desilusão. Ao longo dos anos tenho encontrado várias pessoas que concluem o doutoramento e que, uma vez entregue e defendida a tese, aproveitam todas as oportunidades que a vida lhes dá para se queixarem do seu investimento. 


Sempre que me deparo com alguém que lamenta decisões sobre a nobre actividade de estudar (não é ler: é estudar), penso no tipo de expectativas que teria e que são, claro, legítimas. Mas penso também se essas expectativas não carregam uma boa dose de ingratidão. E ingratidão, antes de mais, em relação a si próprio. Na verdade, é como se A Tese fosse a palavra mágica que resolve todos os problemas, além de ser uma garantia de acesso a uma vida de abundância. Nem sempre acontece e nem sempre a culpa é da tese.  

Escrever uma tese de doutoramento não é uma tarefa leve. Basta olhar para as carinhas olheirentas dos doutorandos para sabermos que são anos a ler, a pensar e a desesperar. Mas apesar de sofrido (em silêncio, sempre) e demorado, pode também ser o melhor momento da vida de uma pessoa. Depende da pessoa, mas é certo que a vida tem destas contradições. Então o que leva alguém que se dedicou a escrever duzentas páginas sobre um tema que supostamente o apaixona a acabar a dizer mal da sua obra, a amaldiçoar o dia em que "se meteu nisso", a sugerir a outros doutorandos que só estão a perder tempo porque o doutoramento não "serve" para nada? Podem ser expectativas irrealistas sobre os efeitos da tese. Ou podem ser saudades.

Ao contrário dos descrentes que concluíram o que ainda não concluí (a tese, digo), tenho uma opinião muitíssimo favorável sobre aquilo que ainda não fiz (e talvez por isso). Penso que a tese é o mais importante do doutoramento, não por ser "útil", nem por ser necessária para obter o grau, mas porque é uma oportunidade de defender argumentos sobre ideias que persistem (mesmo que mudem) ao longo dos anos. A tese não é um meio, mas um fim. E talvez não somente um fim, no sentido de ser uma conclusão, mas um fim em si mesmo. 

Deste modo, é impossível que a vida do doutorado não tenha mudado, porque não teve outro remédio senão mudar. Onde havia ignorância sobre um tema, há hoje, espera-se, conhecimento. Onde havia um vazio, há hoje pelo menos uma tese. Em muitos casos, há teses publicadas. E tudo isso existe graças ao esforço dos seus autores. Agradeça a si próprio e comece a viver.  

Este é o meu último artigo para o i. Agradeço... ( continua em http://www.ionline.pt/490470 )

  • DOWNLOAD PARCIAL. LARCEN, César Gonçalves. Mais uma lacônica viagem no tempo e no espaço: explorando o ciberespaço e liquefazendo fronteiras entre o moderno e o pós-moderno atravessando o campo dos Estudos Culturais. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2011. 144 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. AGUIAR, Vitor Hugo Berenhauser de. As regras do Truco Cego. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2012. 58 p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LINCK, Ricardo Ramos. LORENZI, Fabiana. Clusterização: utilizando Inteligência Artificial para agrupar pessoas. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120p. il.
  • DOWNLOAD GRATUÍTO. FREE DOWNLOAD. LARCEN, César Gonçalves. Pedagogias Culturais: dos estudos de mídia tradicionais ao estudo do ciberespaço em investigações no âmbito dos Estudos Culturais e da Educação. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2013. 120 p.
  • CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
    http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437